quinta-feira, 2 de setembro de 2010



PSOL

Diretório Municipal de Dourados

NOTA PÚBLICA

A sociedade douradense está envergonhada pela prisão do prefeito da cidade, senhor Ari Artuzi, sua esposa, do vice-prefeito e demais membros de sua equipe, bem como, de nove dos doze vereadores da Câmara Municipal e de alguns empresários, pela operação desencadeada pela Polícia Federal, sob a acusação de crimes de fraudes à licitação, corrupção ativa e formação de quadrilha.

Certamente o povo de Dourados não merece a situação degradante a que chegaram aqueles que deveriam ser os responsáveis por garantir dignidade e responsabilidade na gestão dos bens públicos. O vergonhoso conluio entre o Executivo e a maioria do Legislativo do município de Dourados, para lesar o patrimônio público, é também o responsável pela deterioração dos serviços oferecidos para a população, sobretudo na saúde e educação. No entanto, este lamentável episódio serve para trazer algumas reflexões que vão além da necessária apuração rigorosa dos fatos e eventual responsabilidade civil e criminal dos envolvidos com punição exemplar, além de restituir aos cofres públicos aquilo que pertence ao povo.

Ao tempo que o PSOL tem sido implacável em sua luta contra a corrupção, seus parlamentares na Câmara e Senado Federal trabalham incessantemente por uma profunda reforma política, em que se coloque no centro o problema do financiamento das campanhas eleitorais, umas das principais causas da corrupção no Brasil.

Neste momento de indignação, precisamos resgatar fatos ocorridos no passado recente e que concorreram para a eleição dos envolvidos, a fim de que tais informações estejam presentes em nossas memórias nas eleições de outubro de 2010, quando os sul-mato-grossenses elegerão os deputados estaduais, federais, senadores e o governador:

1. Em 2008, concorreram para prefeito de Dourados Murilo Zauith (DEM), Ari Artuzi (PDT) e Wilson Biasoto (PT).

2. Embora seu partido tivesse candidato à Prefeitura de Dourados, Zeca do PT, candidato ao governo em 2010 e seu sobrinho, o deputado federal Vander Loubet, candidato à reeleição, declararam apoio ao então candidato Ari Artuzi.

3. Após sua eleição, Artuzi obteve apoio do Senador Delcídio do Amaral, inclusive com a indicação de nomes para compor a equipe de Ari Artuzi, como o do ex-secretário de obras Willian Bussuan.

4. Também o deputado federal Dagoberto Nogueira, do PDT, candidato ao Senado, apoiou a eleição e administração de Artuzi.

5. Vários secretários, diretores de departamentos e outros ocupantes de cargos importantes dentro da administração municipal foram indicados pelos mesmos.

6. Também o candidato a deputado estadual, atual Presidente da Câmara Municipal Sidlei Alves (DEM), já preso na Operação Owari, dá sustentação ao prefeito.

7. Marcelo Barros vereador em Dourados pelo DEM, que se intitula “ficha limpa”, cuja mãe, ex-vereadora e ex-deputada estadual Bela Barros, condenada pela Justiça por compra de votos por troca com medicamentos, dá sustentação ao Prefeito.

8. Embora pesasse muitas suspeitas sobre a participação do prefeito Ari Artuzi em irregularidades com o uso do dinheiro público, Em um ano é a segunda vez que esse mesmo grupo macula a imagem de Dourados e de sua população, gente de bem, relembrando a Operação Owari, o que se via das autoridades do Estado era um forte assédio no sentido de angariar seu apoio para as próximas eleições. Em 09 de agosto de 2010, Artuzi declarou: “Estou com Dilma [PT] para presidente, Puccinelli [PMDB] para governador, Delcídio [PT] e Dagoberto [PDT] para senador, Vander [PT] para deputado federal, Gerson Claro [PDT] para deputado estadual”;

Diante destes fatos, o PSOL repudia a atitude dos homens e mulheres que mais uma vez mancharam o nome de Dourados e exige esclarecimentos de todos os envolvidos nesta velha forma de fazer política e que de alguma forma tem responsabilidade com o caos políticos que se estabeleceu na cidade, seja através de suas próprias ações de apoio ou pela omissão de denunciar situação tão grave.

Ao mesmo tempo, o PSOL oferece aos cidadãos de Dourados e de Mato Grosso do Sul uma forma ética de fazer política, baseada nos princípios da transparência, de respeito ao cidadão e ao patrimônio público. Sabemos que a moralidade pública, que para o PSOL não é mérito mas obrigação do agente público, é insuficiente para resolver os grandes desafios de nossa cidade, sobretudo nas áreas de saúde e educação. Além de romper com essa forma “velha” de fazer política, baseada no fisiologismo do dar e receber, um governo responsável precisa fazer escolhas. Nosso compromisso é com os trabalhadores e nossa luta é para inverter prioridades. Defendemos: Distribuição de renda e justiça social; Ética na política e combate à corrupção; O meio ambiente; A educação pública e de qualidade para todos; Dignidade para os servidores públicos e aposentados e auditoria da dívida pública.

Dourados (MS), 2 de setembro de 2010.

EVALDO MARTINES LOPES

Presidente do Diretório Municipal

PLINIO 50, PRESIDENTE

NEI BRAGA 50, GOVERNADOR

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